O Insper anunciou uma mudança histórica em seu Programa de Bolsas de Estudo: a partir deste semestre, as bolsas parciais deixam de ser restituíveis. Isso significa que estudantes contemplados com descontos de 50% ou 75% não precisarão mais devolver valores à instituição após a formatura.

Até então, a modalidade funcionava como uma espécie de financiamento. Alunos que recebiam bolsas parciais tinham a obrigação de reembolsar os recursos em até o dobro do tempo de duração do curso, o que resultava em dívidas acumuladas por alumni (ex-alunos formados).
Com a decisão, o Insper anistiou as dívidas pendentes de ex-alunos e suspendeu as restituições futuras de bolsistas ativos.
Razões para a mudança
Segundo a instituição, a restituição vinha desestimulando candidatos de classe média, reduzindo o número de interessados.
A medida também busca alinhar a experiência dos bolsistas parciais à dos integrais, que desde 2012 já não precisavam restituir o valor recebido. A expectativa é que a mudança torne o programa mais justo, fortaleça o senso de pertencimento à comunidade e aumente o engajamento dos ex-alunos como doadores voluntários. O objetivo é transformar a antiga relação de cobrança em uma rede de apoio, onde o “give back” — a cultura de retribuir de forma voluntária — se torne o novo vínculo entre ex-bolsistas e a escola.
O que muda para os alunos
- Bolsistas ativos: deixam de ter a obrigação de restituir valores após a formatura.
- Ex-alunos com dívida em aberto: as parcelas futuras foram canceladas e a dívida anistiada.
- Ex-alunos que já concluíram a restituição: não há devolução do que foi pago, mas a instituição reconhece o esforço que permitiu sustentar o Fundo até hoje.
Com isso, o Insper reforça sua posição como uma das instituições pioneiras em revisão de modelos de apoio estudantil no Brasil, sinalizando que a perenidade do Programa de Bolsas dependerá cada vez mais do engajamento da comunidade acadêmica e de seus apoiadores.