Decidir qual curso seguir na graduação é um dos maiores desafios para os vestibulandos. Entre as opções procuradas, os cursos de Economia e Administração se destacam — mas apesar de parecerem próximos, eles têm enfoques, metodologias e oportunidades de carreira bastante diferentes.
Para ajudar nessa escolha, conversamos com professores da Fundação Dom Cabral (FDC), uma das escolas de negócios mais respeitadas do mundo e a única instituição de ensino superior brasileira entre as 10 melhores do mundo pelo ranking do Financial Times.
O que se estuda em Economia:

O curso de Economia é mais voltado para a análise de fenômenos econômicos e de políticas públicas.
As principais disciplinas incluem:
- Microeconomia e macroeconomia
- Estatística e econometria
- Matemática aplicada à Economia
- Tomada de decisões e comportamento
- Avaliação de políticas públicas
- Política monetária e fiscal
- Desenvolvimento econômico
- Comércio internacional
- Finanças e mercado de capitais
“O economista tem uma visão bastante analítica e quantitativa. Ele busca compreender como a conjuntura econômica afeta empresas, governos e indivíduos, e utiliza modelos para prever cenários e auxiliar na tomada de decisões”, explica o professor Paulo Casaca, Economista do IPEAD e coordenador do curso de Economia da Fundação Dom Cabral.
Na prática, isso significa que o economista é capaz de interpretar tendências globais, regionais e setoriais, oferecendo previsões que orientam tanto a formulação de políticas públicas quanto decisões estratégicas de empresas e investidores. A forte base quantitativa do curso também o capacita a atuar em áreas de pesquisa aplicada, consultorias especializadas e organismos internacionais, lidando com dados complexos e transformando-os em insights para tomada de decisão. Essa bagagem permite ao economista não apenas atuar como especialista em análises complexas, mas também se tornar um líder estratégico em organizações de grande porte. Ao entender profundamente o funcionamento dos mercados, das políticas econômicas e das finanças globais, ele está apto a ocupar posições de destaque em bancos, multinacionais, organismos internacionais e até mesmo no setor público. Sua formação o capacita a tomar decisões de impacto abrangente, coordenando equipes multidisciplinares e desenhando estratégias de longo prazo que influenciam toda a sociedade.
O que se estuda em Administração:

Já o curso de Administração prepara os estudantes para liderar organizações, pessoas e recursos, unindo visão estratégica e prática sobre negócios. A matriz curricular contempla áreas essenciais da gestão, como:
- Empreendedorismo, Criatividade e Inovação
- Design de Futuros
- Finanças e Contabilidade Gerencial
- Marketing e Comportamento do Consumidor
- Estratégia organizacional e de crescimento
- Liderança e Pessoas
- Negócios Sociais e Capitalismo Consciente
- Tecnologia, Inteligência Artificial e Transformação Digital
- Logística e Operações
De acordo com a professora Helena Belintani Shigaki, coordenadora da graduação em Administração da FDC, “o administrador é um orquestrador. Ele precisa integrar áreas diferentes de uma empresa e tomar decisões considerando o impacto humano, financeiro e estratégico. É uma formação voltada para a prática e para a execução”.
A proposta do curso vai além da teoria. Os estudantes têm contato direto com situações reais de mercado, por meio de estudos de caso, simulações de negócios, visitas técnicas e projetos práticos desenvolvidos em parceria com empresas. Essa abordagem contribui para o desenvolvimento de competências como negociação, liderança e resolução de problemas em contextos de incerteza.
O resultado é um profissional capaz de tomar decisões rápidas, consistentes e aplicáveis no dia a dia corporativo, sempre equilibrando os objetivos financeiros com a valorização do fator humano
Perfil do estudante:
- Economia: indicado para quem aprecia números, lógica, análise de dados, história e análises profundas sobre política e sociedade. O perfil é mais analítico e quantitativo.
- Administração: ideal para quem se interessa em trabalhar em equipe, liderar pessoas e colocar ideias em prática. O perfil é mais generalista, estratégico e adaptável a diferentes áreas e contextos locais e globais.
Mercado de trabalho
- Economistas podem trabalhar em empresas, consultorias financeiras, órgãos públicos, institutos de pesquisa, organizações internacionais, além de áreas ligadas ao mercado financeiro.
- Administradores encontram oportunidades em empresas de todos os portes e setores, trabalhando em gestão de projetos, recursos humanos, marketing, operações, estratégia ou ainda criando e desenvolvendo o próprio negócio.
De acordo com o professor Paulo Casaca, “o administrador tende a seguir uma carreira mais voltada para a gestão empresarial, enquanto o economista encontra mais oportunidades em análise de mercado, consultoria empresarial, mercado financeiro e formulação de políticas. No entanto, ambos podem ocupar cargos de liderança.”
Convergências entre Economia e Administração
Apesar das diferenças, os cursos também têm pontos em comum. Tanto administradores quanto economistas:
- Estudam conceitos de finanças e mercado
- Desenvolvem habilidades de raciocínio lógico
- Podem seguir carreiras executivas em empresas privadas
“A Administração e a Economia se complementam. Enquanto o economista contribui com análises mais estruturadas sobre cenários e políticas econômicas, o administrador transforma essas análises em estratégias aplicadas à gestão de pessoas, recursos e organizações. A convergência está justamente na capacidade de dialogar e trabalhar juntos para enfrentar os desafios complexos do mundo dos negócios”, comenta a professora Helena Shigaki.
Como escolher?
A decisão depende, principalmente, do perfil do estudante:
- Se você gosta de lidar com pessoas, liderar equipes e pensar estratégias para empresas, Administração pode ser a escolha certa. Grandes nomes como Jorge Paulo Lemann (fundador da 3G Capital) e Luiza Trajano (Magazine Luiza) são exemplos de administradores que transformaram sua formação em trajetórias de liderança de impacto.
- Se prefere entender os grandes movimentos da economia, trabalhar com números e análises complexas, Economia é o caminho mais indicado. Mas engana-se quem pensa que isso limita a carreira à análise técnica: economistas também ocupam altos cargos de liderança, justamente porque sua formação desenvolve uma visão estratégica e global. Guilherme Benchimol (fundador e presidente da XP Inc., uma das maiores instituições financeiras do país), André Esteves (fundador do BTG Pactual) e Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda)são exemplos de economistas que marcaram história tanto no setor público quanto privado.
Conclusão
- Tanto Economia quanto Administração oferecem formações sólidas e oportunidades diversas. A principal diferença está no foco: um é mais prático e voltado para a gestão, o outro mais analítico e voltado para compreender fenômenos econômicos.
“Mais importante do que escolher o curso certo é desenvolver competências que o mercado valoriza: pensamento crítico, capacidade analítica, visão estratégica, liderança e principalmente, comprometimento”, reforça o professor Paulo Casaca.
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